sábado, 8 de maio de 2010

Estamos aqui de passagem

Que se lixem as poesias, os textos bonitos, as histórias encantadas. Que se lixem as fadas e as princesas. Que se lixem os reis e as rainhas. Que se lixem os finais felizes.
O mundo não é bonito, nem feliz na sua generalidade.
O Mundo não é perfeito, nem as pessoas que nele habitam.
A vida não é fácil, e sei que nunca ninguém disse que era. Mas também ninguém me disse que era tão difícil. A vida também não é bonita, muito menos feliz. A vida é dia, a vida é noite. É qualquer altura onde existe ser. Onde pode ser. Onde tem de ser. A vida é morte lenta… A vida é tudo. E quase nada. Tão pouco que não chega a nada.
E é um montão de coisas bonitas que sem as coisas feias não seriam bonitas. E a vida é isso. É morte lenta. É o outro lado do dia sem ser noite. É a tristeza e as lágrimas. É um montão de coisas feias.
A vida é morte lenta…
Não me venham tentar dizer que a vida é eterna. Qualquer animal, por mais burro que seja, sabe bem, e talvez melhor que eu que estamos aqui de passagem.
Passamos por aqui mais ou menos tempo. Podemos aqui passar apenas um segundo e durar cento e tal anos.
Quando estiver acabar o meu tempo, quero-me esquecer de acordar. E fingir que a noite é eterna. Que a luz se apagou infinitamente num sopro estranho que me gelou a alma.
E morrer devagar, como uma vela que chega ao fim. Sem o sol para me envergonhar. Sem medo de não acordar, por saber que é eterna a noite, a cegueira, a falta de luz e de calor.
A morte é fim… Fim ou nada… A morte não é ninguém...
Estamos aqui de passagem… Nada trouxemos e nada levaremos…

terça-feira, 4 de maio de 2010

Quem sou eu?

Há dias em que acordo e sinto que faço parte do Universo, noutros é totalmente o inverso e questiono a razão da minha existência.
Tenho a certeza que tenho uma mente poderosa, que pode transformar algo insignificante na coisa mais bela, tal como pode transformar a coisa mais bela em algo insignificante… a mente assim o decide.
Quando estou frente ao espelho, o que é que vejo? Não sei… Vejo uma pessoa feliz… por vezes infeliz… outras vezes, confusa… e no final de contas… QUEM SOU EU?
Eu sou uma pessoa normal, como muitas outras… mas com certas particularidades que me tornam única… Única… O meu nariz é único, os meus olhos, a minha boca, as minhas mãos, o meu coração… Tudo em mim é ÚNICO…
Tenho as minhas qualidades e os meus defeitos. Qualidades que muitas pessoas apreciam e que algumas ainda não descobriram… Defeitos que não gostam… mas eu cago para isso… Não me importa o que os outros possam pensar ou dizer… Sinto-me bem, isso vem por acréscimo…
E as críticas… As críticas não me rebaixam, apenas me ajudam a prosseguir ainda com mais garra e empenho.
Há quem me chame chata, criança, estúpida, palerma, sabe-se lá mais o quê… E daí? Tenho a certeza que essas pessoas falam antes de se descobrirem a elas próprias. Primeiro deveria vir o EU, e só depois o TU ou ELE/ELA…
Acima de tudo sou feliz e gosto de ver os outros felizes. Sofro quando vejo gente a sofrer em meu redor.
Tentar ser melhor? Para quê? Sou como sou e ninguém vai mudar isso… Há tanta gente que tenta ser como eu, mas fracassa… Se eu fosse ainda melhor, quem me conseguiria alcançar?
Convencida? Eu? No meu Mundo isto chama-se realidade… A verdade é mesmo essa, venha quem vier, vai continuar a ser…
QUEM SOU EU? Serei uma pessoa de bem? Tem dias… Eu não sou perfeita… Sei que posso ser a “criatura” mas querida… ou então ser alguém que magoa e pede desculpa… mas depois é tarde demais…
Apesar de pedir desculpa não me arrependo de quase nada… Se tomo certas atitudes é porque são necessárias… Se digo o que digo é porque é preciso… Isto significa que peço desculpa sem sentimento? Talvez… Qual o drama? As coisas são como são, nada nem nínguem poderá mudar o que penso ou o que sinto…
Tento ser feliz, cada vez mais…
A escola é a minha segunda casa e, na verdade, odeio… Gostaria que a minha segunda casa fosse só minha… Há muita gente a habitar nela e eu não gosto disso… Egoísmo? Não… Tenho que a partilhar com “caricaturas” que me dão na cabeça quando estou a falar… Não se pode partilhar opiniões, não se pode abrir a boca… Mas depois, quando são os outros? Quando são os outros o lema é: “Não é a Ana, deixa estar… não há problema”. “É para o teu bem, Ana!” Eu é que sei o que é melhor ou pior para mim… Não preciso de relatadores para me dizerem o que devo ou não fazer.
Odeio as pessoas que pensam ser os donos ou donas daquilo.
Apesar de tudo, lá a minha felicidade cresce… tenho lá os meus amigos, tenho lá o princípio de muita coisa… tenho lá o princípio do futuro… o futuro da minha vida…
A escola é minha e de muitos mais… Já pertenceu a outros… e a muitos mais pertencerá…
Tenho a perfeita noção que se não estudar não poderei ser alguém no Mundo… é triste mas é verdade…
Injustiças… Injustiças não cabem no meu dicionário… Para mim, injustiças são sinónimo de incompetência.
Odeio as pessoas que pensam ser os “azes” do Mundo.
Apesar de tentativas de me fazerem infeliz, de me magoar, de me prejudicar, eu sou feliz cada vez mais, e cada vez melhor.
Agora, quem me prejudicar será prejudicado, porque eu vou VOAR MAIS LONGE… porque eu vou ser ALGUÉM no MUNDO… porque eu vou ser ESPECIAL… porque eu vou ser DIFERENTE, porque eu vou fazer JUSTIÇA.
Eu fui quem fui, sou quem sou, e serei quem Deus quiser, porque eu acredito… porque eu sou cristã… porque o meu destino está traçado e quem o traçou foi Deus. Todos os pontos da minha vida, por mais insignificantes que sejam, já estão traçados no mapa. No mapa que Deus criou e que ninguém poderá alterar, porque isso está escrito nos livros… nos livros que ninguém leu… nos livros que ninguém vai ler.
Daqui para a frente, quero ensinar aos outros o que ninguém me ensinou… quero… quero tanta coisa… quero aquilo que tenho de querer… quero mostrar que sei o que quero… quero mostrar que mais ninguém me vai dar na cabeça quando eu quiser falar, porque eu sou livre… quero mostrar que VALE A PENA VIVER… quero mostrar que EU SOU FELIZ… quero mostrar que EU SOU… TU ÉS… NÓS SOMOS…
Nós somos o futuro… E o futuro começa aqui...

Indescritível

É indescritível a velocidade a que a vida altera o nosso rumo, as nossas certezas, os nossos ideais, tudo aquilo que julgava-mos ser. É inexplicável a inexistência de sentimento.
Hoje em dia, a banalidade com que os actos são tomados, a forma de como tudo é supérfluo e exteriorizado corporalmente pelo Homem.
Parece que o Mundo em que vivemos (ou em que pelo menos chamamos viver) não passa de uma junção de interesses e necessidades, onde tudo aquilo que nos rodeia é apenas um conjunto de meros e insignificantes objectos em que as pessoas utilizam conforme vão querendo. Pelo menos é assim que me sinto por vezes. Como se basicamente me resumisse a um pequeno (grande) brinquedo nas mãos dos outros, que usam enquanto acham minimamente piada e que deitam ao lixo quando já estão fartos.
É um projecto bastante simplificado, sem nenhum daqueles esquemas complexos nem engenhos desinteressantes (por outras palavras, sentimentos) como provavelmente lhes chamariam noventa por cento da população. Eu, como é mais do obviamente visível, faço parte do restante dez por cento, que supostamente irá corresponder ao pequeno grupo de pessoas que ainda têm a maravilhosa capacidade de sentir, sentir sem ter a tremenda necessidade de receber algo em troca, sentir por si só. O amor...
O amor que é o expoente máximo do verbo sentir, hoje em dia é posto completamente de lado, como se fosse alguma espécie de doença contagiosa onde o melhor e sem dúvida o mais sábio remédio é fugir dele. Outrora, já foi considerado uma prioridade, melhor dizendo, a prioridade.
Hoje em dia, o sexo já tratou de ocupar o seu cargo perante a sociedade. Principalmente perante os homens (pondo o feminismo à parte), que parecem pensar mais com a “cabeça de baixo” do que com a de cima e sentir mais com as mãos, e por aí fora, do que com o coração. E muito sinceramente, eu não entendo como as coisas foram capazes de chegar a este ponto. Os sentimentos são banalizados, são enterrados num poço sem fundo. É tudo vazio, oco, angustiante... Excepto claro, quando estou com pessoas especiais, como ele. Talvez porque esqueço que o resto do Mundo existe, talvez por me deixar envolver, demais, no que as pessoas dizem e no que elas parecem sentir.
E o que está distante de nós, é nos tudo separado...Excepto o que realmente não queremos separar. Porque o exterior visualiza, mas é o interior quem sente.
Ele mostra-me ser diferente, mas acabei por constatar que sempre foi igual, os meus olhos é que se encontravam vendados por ele. Na verdade isso pouco importa. Pois podem-me até me impedir de falar, ver ou ouvir... Mas jamais de sentir, no bem e no mal.
E não me arrependo, nem tão pouco me arrependerei de tudo o que fiz. Sempre tive as ideias bem assentes quando comecei isto, ou aquilo, (ou chamar como se quiser) pouco me importa. Ficam sempre as recordações, e essas, essas não se tornarão em cinzas para mim, estarão sempre bem vivas. Até porque todos nós temos que ter a consciência de que nada é eterno. Nada, excepto isto. Nada, excepto aquilo que está gravado em nós. Nada, rigorosamente nada.
Tenho lutado até ao fim, chorado por mentiras, desistido com dignidade, sorrido por amor, brincado como uma criança, errado sem maldade, perdoado traições, magoado porque quis, saltado de alegria, gritado em casa loucamente. Tenho caído por uma estupidez, aconselhado sem aplicar os conselhos a mim mesma, tenho sonhado impossibilidades, pensado parvoíces, ouvido aquele som que me faz chorar, tentado alcançar tudo aquilo que diziam impossível…
Mas acima de tudo tenho vivido e crescido intensamente.